Eles são mais de 130 milhões no mundo inteiro: cachorros, gatos, aves, peixes e alguns tipos mais exóticos.
O Brasil ocupa o quarto lugar em população
total de animais de estimação. E se em casa eles estão tomando o lugar que
antes era das crianças, nas cidades estão ganhando espaços criados
especialmente para eles. Muitos parques têm hoje áreas exclusivas para cães, um
ponto de encontro e socialização dos animais.
Dizem os estudiosos que ter um animal de estimação é um jeito de
enfrentar a solidão nas grandes cidades. Mas não é só isso. Já está provado que
esses bichinhos auxiliam, e muito, na cura das doenças do corpo e da alma.
Um humilde vira-lata, chamado Neguinho, e um aristocrata Samoieda
chamado Baruk. Eles não se conhecem, moram muito longe um do outro, mas ambos
foram autores de histórias muito parecidas, mudando a vida de duas famílias.
Dona Ana tem 98 anos e mora em Campinas, interior de São Paulo. Quando tinha 90, levou um
tombo e fraturou o fêmur. Sem poder se movimentar, deixou de cuidar do jardim,
que ela adora e que é a lembrança do marido, seu grande amor. Entrou em
depressão. Os filhos ficaram preocupados.
A funcionária pública Elza Maria
Dias, filha de Dona Ana, nem pensou em comprar um cachorro. Foi direto a uma
feirinha de adoção e se encantou por um cachorrinho sem raça. Para Neguinho,
que já tinha sido maltratado, ganhar uma nova família foi uma presentão.
Neguinho ganhou o carinho que tanto precisava, e Dona Ana, a companhia
alegre que foi um santo remédio contra a depressão. A tristeza que ela sentia
acabou.
“Ele diverte a gente. Ele vem, deita perto de mim. Ele é bonzinho. Só
falta falar”, diz Ana Castilho Dias.
No Ceará, o herói atende pelo nome de Baruc. O cachorro, da raça
Samoieda, de origem russa, enche de alegria a casa de Pedro Sousa Greilich, de
9 anos. E olha que a concorrência é grande. Na casa vivem também três buldogues
franceses, uma calopsita e dois jabutis.
O Baruc chegou há dois anos, quando a família enfrentava um momento
doloroso: Pedro estava fazendo um tratamento contra leucemia.
“O Pedro ficou um ano fora da escola. Ele não podia ter contato com
outras crianças, isolamento com máscaras, não podia ir para o chão, ele não
podia nada, porque a imunidade dele estava muito baixa por conta da
quimioterapia e ele pegar alguma infecção poderia ser muito prejudicial como
também atrasar o tratamento”, conta a mãe de Pedro, a estudante de medicina
veterinária Gabriele Souza Greilich.
Foi nessa época que Pedro pediu aos pais: quando melhorar, quero um
cachorro. Grande, todo branco, como um lobo. E que mãe ou pai vai negar um
pedido de um filho num momento como esse?
Apesar de grandalhão, Baruc é dócil, carinhoso, se dá bem com os outros
cachorros e até brinca com a calopsita.
Fofinho, carinhoso, bonito toda vida e... valioso. Um chamariz para os
ladrões. Um dia, Baruc encontrou o portão aberto e foi para rua. Foi tudo muito
rápido. Um carro parou e levou o cachorro. Pedro, ainda se recuperando da
leucemia, ficou arrasado.
A notícia do furto do Baruc logo se espalhou pela região. Todo mundo
passou a procurar pelo cachorro, a reproduzir as fotos dele em cartazes e nas
redes sociais.
Com toda essa movimentação, Baruc acabou sendo localizado dois dias
depois. As câmeras de segurança das casas vizinhas também foram fundamentais.
Localizado, o homem concordou em devolver o Baruc.
E junto, devolveu também o
sorriso do Pedro e a alegria de toda a família.
Comentários
Postar um comentário